segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Tempo



O tempo é algo muito engraçado: ora se tem aos baldes, ora há uma falta que beira ao desespero.
Por muito tempo fiquei sem tempo para fazer nada, pensar em nada... Mas mudar de empresa é sempre um problema!
Eu gosto de mudanças... Quase tanto quanto gosto de rotinas. Algo meio controverso, uma vez que as rotinas sugerem processos que não mudam com facilidade. Porém mais simples de entender do que se parece: Mudar significa renovar... renovar, dentre outras as coisas, a rotina. Criar novos processos... reformular a própria rotina de modo a otimizar as coisas.
Gosto desse movimento! Ele, por si só, é quase uma rotina em minha vida. Rotina, tal, que tem se renovado a cada dois anos, mais ou menos.
Mas o grande problema dessa rotina, em especial, é a fase inicial: adaptação. Ter a paciência de esperar o momento certo de agir. Analisar sem tirar conclusões precipitadas. Reavaliar a minha postura e traçar novas reações às situações que não mudam junto com as circunstâncias. Tolerar o que o meu espírito se nega aceitar.
Saber gerenciar o meu tempo de modo a não criar problemas. Transformá-lo em prazer, venha ele de onde vier...
Pq tempo é o que me sobra atualmente... Ao menos dentro da empresa. Mas tolerância.... essa é uma amiga que me abandonou há tempos!

sábado, 22 de setembro de 2007

Sumiço

Tem momentos em que o mundo parece ter acabado de aprender o seu nome como uma criança que descobre uma nova palavra. De repente todos passam a pronunciá-lo ao mesmo tempo exigindo atenção, foco, resolução e presença. Quando isso acontece os prazeres da vida são deixados de lado e acabamos sumindo de perto das pessoas queridas.
 
Tem momentos em que o corpo e a mente pedem um recesso, um tempo para analisar as últimas experiências, os últimos acontecimentos e as últimas sensações. Um momento de auto-avaliação que se estende pelo tempo que o sistema biológico determina. Quando isso acontece os prazeres da vida são deixados de lado e acabamos sumindo de perto das pessoas queridas.
 
Tem momentos em que o mundo, a mente e o corpo pedem ao mesmo tempo pelo seu nome, atenção, foco, resolução e presença. Quando isso acontece.... Sumiço!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Fantasmas são imortais!

Passado. Uma palavra que deveria exprimir algo que ficou para trás. Que aconteceu e teve seu fim já decretado. Algo que deveria ficar aonde deveria estar... no passado! Mas parece que as coisas não funcionam assim. Parece que algumas coisas viram fantasmas ao invés de passado. E esperam a luz do dia se apagar para assombrar. Tal qual uma criança, você aprende a dominar, a conter, mas nunca a excomungar.

Eis que um belo dia você acha que todos os seus medos foram enfim exorcizados. E ao invés de montar guarda junto às janelas da sua alma esperando para se defender de algo que não é exterminado por alhos, crucifixos ou balas de prata, você resolve sair pelas ruas escuras e descobre um meio de viver entre a escuridão. Mas o medo que antes lhe paralisava e agora parece esquecido, este não se acalma. Não sem antes visualizar os restos mortais do seu inimigo. Porém seus inimigos são fantasmas! E fantasmas não têm alma, não têm corpo, não tem restos... Imortais... Fantasmas são imortais! Restos imortais que sussurram às esquinas escuras. E o medo remete os sussurros aos ouvidos em ecos familiares. Ecos do passado. Ecos fantasmagóricos.

Ao final da rua impera um cartaz. Luminoso, imponente, austero. Um cartaz em branco enorme e inspirador. Mas suas letras são escuras e pequenas. Você então resolve caminhar em marcha lenta, fugindo dos sussurros, ignorando os ecos... E transforma o medo em meta. Foca a mente num único objetivo: chegar até o cartaz iluminado. Eis que numa destas noites escuras você enfim alcança seu objetivo. E como numa reação de suplica, se ajoelha aos prantos, cansado, inferiorizado, humilhado, derrotado diante de um cartaz que diz: Fantasmas são imortais!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Degustando primeiras e segundas impressões


Vinhos na mente...
Não há nada como um vinho na mente! Nem cerveja, nem cachaça, nem vodka proporcionam os prazeres e sequelas de um bom vinho!
E tenha certeza: de vinhos as minhas amigas entendem! Só para registrar tomei um da Miolo hoje... levemente frisante... Excepcional! Um Gamay 2006...
Gente, estou tão chique que já posso até falar de uvas e vinhos.... Por exemplo: Cabernet é clássico! Praticamente não há erros quanto a um Cabernet, salvo as variações de vinícula, conservação, etc... Mas, basicamente, servir um Cabernet é acertar em no mínimo 40% dos gostos generalizados.
Claro que estou falando de vinho tinto, que é a minha preferência... Quanto aos vinhos brancos... não faço a mínima idéia! Enfim... Entre os brancos e o tintos, sirva sempre os espumantes que combinam com tudo e agradam à maioria!
Voltando aos tintos, temos o clásico Cabernet Sauvignon...
Outro que os menos íntimos costumam gostar muito é o Merlot. Normalmente é o mais apreciado pelos iniciantes por serem os mais suaves dentre os mais secos (se é que me entendem)... Enfim, eu lembro que gostava do Merlot, mas devo confessar que por influência do filme Sideways (Entre umas e outras) acabei nunca mais provando. De qualquer forma, essa minha posição não é regra. No entanto, se eu tiver outros mais interessantes para experimentar, por que repetir um que já fui tão familiarizada? A idéia é sempre experimentar sabores novos e mais requintados... Quase um diagnóstico, algo como meta de vida para tudo o mais!
Enfim, semana passada me senti o máximo... Um prazer que só a ignorância é capaz de proporcionar: ao pedir um Cabernet Sauvignon da marca Santa Helena (que, por sinal, achei muito bom), o garçon encheu a boca pra falar que eles tinham uma nova uva, o Carmenere... Gente, que chique! Coisa que qualquer Narcisa (imagem da mulher fútil porém orgulhosa de uma imagem vazia) se orgulharia mandando algo como : "Delicioso! Porém, pretendo beber mais que uma taça. E como o vinho tem um sabor soberbo, encorpado, porém marcante demais, prefiro um Cabernet que é menos encorpado porém proporciona um tempo maior de degustação" (Entendam esse meu comentário como algo que se possa sarcastizar. Aliás, esse termo existe?!?! Senão, sarcastizar = modo francinnês de verbalizar o termo sarcasmo).
Kra, pode falar: Eu sou uma pessoa muito pobre de espírito! Mas, como diz a bíblia "Bem aventurados os pobres de espírito!". E como Ele mesmo fez da agua vinho, brindemos aos meus segundos de "sabedoria uvária" (o termo foi proposital, antes que reforcem a ignorância da criatura que vos escreve!).
Enfim... É a mais pura verdade: um Carmenere me pareceu muito mais saboroso que um Cabernet. Mais marcante, encorpado, gustativo... Porém, duas taças foram o limite para que ele passasse de excepcional para o enjoativo. Lógico que ainda experimentarei uma segunda vez pois (anotem essa, todos que me leêm:) NUNCA GUARDO A PRIMEIRA IMPRESSÃO! É fundamental dar uma segunda ou terceira chance antes de fechar em definitivo uma opinião! Até por que, a primeira opinião sempre vem carregada de muita tensão e emoção.
No entanto, estou indóssil para provar um Pinot Noir! Como já me referi aqui, o filme Sideways se refere a esta uva como a mais sublime e refinada de todas. E, palavras de uma das minhas melhores amigas, é, realmente, uma excelente uva! Sendo assim, que tal um Pinot Noir?
Pois então... Eis o efeito de bons vinhos...
Mente fértil, corpo indócil, lábios sedentos, lingua afiada (para a futilidade, sim, porém não há de se negar que se trata de uma imbecilidade criativa), pálpebras pedantes por sono... E sonhos profundos!
Um queijo para quem adivinhar meus sonhos esta noite. Um beijo para quem adivinhar qual era o tema inicial deste post até começar a escrevê-lo!
Enfim, efeitos de bons vinhos...
;)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Nexos.
Ligação,
Vinculo,
União,
Coerência,
Junção comunicante

Desconexo.
Sem conexão,
Desunido,
Incoerente

Pensamentos
desconexos
Desejos
coerentes
Ações
incoerentes
Reações
desconjuntas

União.
Separação...

Sentimento.
Capacidade de sentir,
Faculdade de conhecer,
perceber,
apreciar,
percepção,
noção...

senso.
Juízo,
siso,
tino.

Desatino,
Falta de juízo...

loucura.
Falta de discernimento,
irreflexão,
insensatez,
absurdo...

Pensamentos
absurdos
Desejos
insensatos
Sentimentos
desatinados
Palavras
desconjuntas

Nexo
excesso
desmedido
corrosivo

Humor
Tumor
ácido
venenoso
mordaz...

destrutivo.
Que devasta,
extingue,
extermina,
acaba
esgota
euxari...

E finda.

domingo, 22 de julho de 2007

Com a palavra, Viviane Mosé

..."muitas doenças que as pessoas têm são poemas presos
abscessos tumores nódulos pedras são palavras
calcificadas
poemas sem vazão

mesmo cravos pretos espinhas cabelo encravado
prisão de ventre poderia um dia ter sido poema

pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
palavra boa é palavra líquida
escorrendo em estado de lágrima


lágrima é dor derretida
dor endurecida é tumor
lágrima é alegria derretida
alegria endurecida é tumor
lágrima é raiva derretida
raiva endurecida é tumor
lágrima é pessoa derretida
pessoa endurecida é tumor
tempo endurecido é tumor
tempo derretido é poema" ...

Poemas do livro Pensamento do Chão
Autora Viviane Mosé
Fonte: http://www.rubedo.psc.br/Poesias/vivimose.htm

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sou toda sua, caro doutor!


Eis que me rendo aos encantos de Freud e me jogo em seu divã totalmente entregue e desarmada em busca de seu amparo, compreensão e cuidados.


Sou toda sua, caro doutor! Mais uma em sua lista de insanos, loucos, desvairados e simples humanos que em busca de uma vida sã, procuram por teorias e explicações inconscientes para os seus atos e suas dores.


Do sexo ao sexo, procuro em suas teses entendimento para os meus atos, minhas repulsas, meus amores e desamores, a cura para toda a depressão, solidão, insatisfação e angustia, o perdão pelos erros e também os acertos, o entendimento pelos desejos, a desfragmentação de uma vida...


Eis que em primeiro contato, sem que ainda quase nada seja dito, são expostas três verdades absolutas registradas para assimilamento:


“A vida é uma relação de forças”;


“A boa pratica do bem-dizer deve ser exercida”;


E, a mais interessante de todas, a que reescreve a proposta deste blog reafirmando o seu sentido, incrementando o seu destino e encerrando este post:


“A auto-suficiência só pode ser alcançada quando o ser humano compreende e aceita a sua dependência pelo coletivo, pois sozinho ele andaria em círculos pelo deserto até o seu fim inevitável”.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Apenas eu e meus sentidos

A musica está alta. A batida ritma meus pensamentos e minha alma. O salão está vazio e escuro. Mas não há medo ou solidão. Só a música e eu.
Estou sentada num canto. Muito bem acomodada. Os olhos fechados...
Deixo-me invadir pelo som. Permito-me sentir a energia que quiser passar por minha pele. Concedo-me a dança.
O prazer invade os sentidos. No peito, a necessidade de dançar, de me cansar. No salão, apenas eu e a musica...
No escuro me vejo refletida em meus próprios olhos... Fechados. A mente dominada. Por melodias... Sensações... Livre de emoções!
Apenas eu e a música...
Apenas eu e os meus sentidos.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Leitura no divã

Impressionante a capacidade de pensar em todo o resto do universo quando se é obrigado a ler algo que não se quer ler. Ainda mais quando o documento está tremendamente mal escrito e são citados tantos SEs e SENÃOs que nos faz sentir parte daquele velho jogo Cama de Gato que era apresentado pela Lucinha Lins...

Jogo... Cama de Gato... Lucinha Lins... É... Fui longe desta vez! Acho que tirei esse programa tão do fundo do baú do meu cérebro que caí dentro dele. As únicas coisas que consigo pensar enquanto tento ler esse maldito documento são: o sofá da casa do meu falecido avô, a soneca que eu tirava nele quando chegava da escola embalada ao som do velho e nem tão bom Chaves...

(...)

Hummm... Soneca... Como eu gostaria de tirar uma soneca agora!

(...)

Enfim, eu vejo enormes vantagens em trabalhar como analista de testes. Entre elas, a que mais me atrai é a variedade de atividades. Ora você gera documentos registrando as diferentes situações de uso às quais um produto pode ser submetido, ora você "brinca" com o produto tentando provocar e encontrar o máximo de defeitos possíveis, entre outros... No entanto, a parte mais chata é a transição entre projetos e documentos. A fase em que você termina uma especificação de uma parte do produto e inicia os estudos de outra parte. Mal você consegue festejar o fechamento de um conjunto de atividades e já tem que estudar outro...

Aliás, estudar nunca foi o meu forte. Tenho que trabalhar isso urgentemente antes que eu inicie e largue outra faculdade. O fato de sentar e ler, ler e ler faz ponte direta com o recanto em que Morfeu habita o meu ser. Tanto que sempre começo a ler sentada e termino deitada na cama fazendo do livro meu travesseiro. Isso definitivamente tem que mudar. E rápido! Pois tenho projetos que quero alcançar até que minha filha chegue ao 6º ano.

Bom, enquanto isso o trabalho continua exigindo atenção e a atenção continua teimando em me abandonar. Volta e meia me pego com o olhar congelado sobre a tela sem nem saber no que eu mesma estou a pensar. Uma sensação de inanição regida pela impossibilidade de fuga.

(...)

Fuga...

Tudo que eu queria fazer era fugir pra um lugar isolado por um bom tempo... Eu e minha filha... Numa pousada pacata à beira-mar... Uma rede balançando enquanto os olhos se fecham...

(...)

E isso tudo por que não terminei de ler nem o fluxo básico do tal documento! Pelo visto, até o final das 13 (!) páginas eu escrevo o meu pergaminho pedindo socorro e jogo na Baía de Guanabara.

Quem será que virá me resgatar?

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Dissertações sobre o saco

Nosso Papai do Céu quando fez as coisas não as fez a toa... Sabia ele a quem deveria dar o quê, em seus lugares devidamente colocados...

Analisando por esta ótica, seria natural entender que mulher não foi feita para ter saco. Sendo assim, não seria nada anormal dizer que estou sem o mínimo saco hoje para trabalhar, certo? Pois bem! Meu saco está na negativa, invertido... Ao invés de ficar pendurado e cheio, está virado para cima, vazio (graças aos Céus porque de bucho cheio seria um saco completo a durar pra vida inteira!).

Alias, deve ser meio estranho viver por aí com um saco pendurado entre as pernas... Já é um porre aturar dois sacos murchos na região peitoral... Mas pelo menos, murcho ou não, estes dois sacos estão próximos aos braços, facilitando o enlace num momento de turbulência. Agora, imagine com um saco entre as pernas... Vai correr e aquilo começa a balançar sem parar... Não dá pra segurar pq fica feio e atrapalha o movimento das pernas... Alias, e ao movimentar as pernas? A parada fica ricocheteando?!?! Noooossa!
 
É... Por estas e outras devo agradecer aos céus por estar sem o mínimo saco hoje!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

O tema hoje é: foda mal-dada, como fazer para se livrar desta praga?

Tenho que desabafar: Meu ano, até agora, foi servido por 4 diferentes especiarias. Um de cada canto do Brasil. Sabores distintos, fortes. Sabores que prometiam temperos orgásticos... No entanto o resultado final de todos os 4 pratos foram porções mal servidas e/ou insossas!

E não adianta dizer que prato de vitrine é de plástico porque a maioria, senão todos, eram artefatos escondidos no fundo da prateleira. Achei eu, com a minha burra inocência, que isso representava conteúdo apurado... Eis que digo: Se inocência é algo santo, os santos devem bater com a cabeça no vidro da janela sempre que querem voar para fora delas...

Bom, justiça seja feita, o menor de todos os pratos, aquele que menos me apetecia, foi quem melhor deu conta no recado. Diria até que realizou um feito inédito que nenhum outro prato de qualquer espécie jamais conseguiu...

Enfim, créditos dados a quem tem direito, agora o que me resta é descobrir como fugir deste carma que parece me perseguir ano afora... Será que resolve dormir ate que 2008 chegue? Por via das duvidas, ao invés de jogar flores para os Santos no mar, vou arriscar jogar umas camisinhas para ver se me protejo por inteiro destes resultados indesejados... Quem sabe sobre a calcinha amarela, um bordado bem acabado de látex extra-reforçado?!?! ;)

Foda mal-dada

Quando eu era mais nova e morava com o pai da Pietra todos na casa dele usavam uma expressão que achava hilária: sempre que alguma coisa ruim acontecia eles diziam "Que foda mal dada!"... Desde então, sempre que algo ruim acontece, eu tenho como de praxe repetir tal jargão...

Nas ultimas semanas, no entanto, é que vim a experimentar o real teor destas palavras! E tenho que concordar com o emprego que eles dão a esta expressão: É impressionante o que uma foda mal dada pode fazer com sua vida: frustração momentânea, quebra de rotina, afastamento de pessoas queridas do convívio diário, mal-querer de pessoas que nem deveriam saber que eu existo, olhares maldosos sobre encontros inocentes... Enfim, uma serie de mal-estares que não compensam em nada o ato vivido!

É... Dadas às experiências atuais, estou começando a pensar na implementação de um processo mais rigoroso para futuros projetos temporários... Talvez a adoção de um check list com os principais riscos de falha no negocio, o qual encerraria com a seguinte pergunta:
"Os riscos que envolvem o indivíduo valem as conseqüências de uma foda mal-dada?"

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A cura pela Psique...


Definitivamente preciso de um psicólogo. O problema é que as anomalias são tantas que não sei qual especialidade buscar. Sei que não quero astrólogos. Sei que Freud explicaria muitos dos meus transtornos. Sei que Jung entenderia perfeitamente minhas varias personificações e incentivaria de bom grado a minha imaginação já tão ativa. Sei que a TDAH justificaria boa parte do meu comportamento. Mas toda cura requer investimentos. Todo investimento requer dinheiro. Que, por sua vez, é tudo que eu não tenho!


Enquanto isso, a solução é passar um pouco da minha piração aos amigos mais próximos. Mas e quando os amigos estão tão ocupados com suas próprias pirações que não têm ouvidos para nós? E quando somos solicitados a ajudar mas não encontramos uma recíproca? O que fazer quando o sentimento de desamparo toma conta de todo o nosso ser? Se é que ele encontra espaço entre as angustias, depressões, ansiedades...


Enfim, quem sabe exercitar mais a imaginação ativa não seja a melhor solução? Criar um psicólogo de plantão que possa contra-argumentar seria uma solução pratica, criativa e... barata!

Oras... Pensando melhor, se a proposta da imaginação ativa é tratar a Psique como uma realidade em si, vou precisar providenciar um modo de transformar Eros em outra realidade que tenha frutos voluptuosos, concordam?

terça-feira, 26 de junho de 2007

Keep Distance


Tem dias que parece existir um trator dentro de mim. Daqueles que precisam derrubar tudo que passa pela frente... Pra ser mais chique, um daqueles mega-carros que aparecem em filmes americanos passando sobre os carrinhos mais chinfrins.
Não é algo controlável. É uma necessidade sobre-humana de fazer as coisas acontecerem, tirar as coisas a limpo, jogar uma bomba no centro do rio e fugir de helicóptero apreciando aquele cogumelo nuclear de longe.

Tem dias que tudo parece irritar: O trabalho, os colegas, os ex-ficantes... Esses então irritam se não dão atenção e irritam três vezes mais se não dão a "atenção" devida.
Por falar nisso, se tem uma coisa que sou especialista é em sumir do mapa dos amigos que não quero mais ficar. É impressionante o nervoso que me da reencontrá-los devido ao pânico de ter que reiniciar todo o processo de afastamento novamente. No entanto, tenho que assumir, quando a situação é inversa dá vontade de afogar o individuo na privada. Acho que é da natureza humana não saber ser rejeitado, não é? Pelo menos me conforta achar que é assim... Por instinto somente...

Enfim, quando o mega-trator toma conta do meu ser é nesses indivíduos que me satisfaz mais pensar que poderia atropelar e esmagar com toda a graça divina. Imaginem só:

Arena cheia, publico feminino em peso vibrando, batendo palmas - palmas??? Não, gente! Cantando, batendo palmas e pés ao som da musica "We will rock you" do Queen! Saca aquela cena surreal do filme Coração de Cavaleiro?!? Com a gracinha do Heath Ledger?!?! TUDO, não? - Pois bem, então a mulherada lota as arquibancadas ao som do Queen, devidamente ritmada. Lá no centro da arena estou eu dentro de um Big Foot fenomenal! Todo estilizado em amarelo e preto. O som dos motores ensurdecendo a platéia que, ao invés de reclamar, se empolga ainda mais na cantoria. Na frente dele, um monte de fusquinha cinza, daqueles com pára-choque prateado, lataria enferrujada e, dentro deles, os fracotes que colecionei ate hoje... Ao final da fila, obviamente, tem que ter uma ferrari mega-power linda e maravilhosa, obvio, que retrate o homem na sua essência: prepotente, imponente, porem ... Enfim... Um artefato de luxo que dê satisfação em poder esmagar!

Nesse meu circo produzido por uma fértil mente em TPM, os carrinhos-alvos teriam que circular pela arena como numa autopista de parque temático...

Eu dirijo imponentemente, ferozmente, enfurecidamente, vingativamente e vou passando por cima um por um ate esmagar por completo o ultimo deles: a Ferrari...

Noooooooooossa!

Estou até me sentindo melhor depois desse cenário lindo e triunfante!

Enfim... Fazer o quê? São dias mentalmente enérgicos!

Por precaução melhor me manter longe de explosivos ou veículos automotores... Vai que começo a sonhar acordada?!?! ;)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Em curso


Vento que...
Quebra ondas em espumas
Move areias em dunas
Aterra pântanos...
Soterra moradias...


Faz-se vendaval
Faz-se tornado
Mistura sentimentos
Desfaz-se em tristeza
Desfaz-se em catástrofe


Refaz-se em brisa
Que levanta os cabelos da menina
Que sustenta a pipa do menino
Que acaricia a face da mulher


Vento que...
Choca-se contra a parede
Explode contra o vidro
Faz-se...
Desfaz-se...
Refaz-se...


Vento que...
Destrói
Constrói
Contorna
E segue...
Em curso
Constante
Tortuoso
Porem...
Eterno!

domingo, 10 de junho de 2007

Devaneios


Uma bola
Imensa
Suspensa
No ar

Uma criança
Quieta
Calada
Desatenta
A brincar

Movimentos que sobem e descem
Sentimentos a se misturar

Pensamentos
Vagos
Insensatos
Desmedidos
Desnaturados

Uma criança
A se amparar

Amparo
Perdido
Escondido
Tão negado
Tão desejado

Um colo
Um sonho
Um pranto
Contido num silêncio
Num olhar

Um gesto
Inquieto
Insano
Um apelo
Incerto

Frases
Perdidas
Desencontradas
Com objetivos únicos:
Devaneios

domingo, 3 de junho de 2007

A eterna busca

Auto-suficiência.
Eis minha eterna busca. A busca por me bastar à mim mesma, sem necessitar de estímulos externos e, principalmente, alheios.
Saber me amar, valorizar, satisfazer. Um sonho que chega a doer no peito...
Rir de mim mesma, sorrir comigo mesma, olhar para o espelho e simplesmente me ver. Amando os erros e as imperfeições nele refletidas. Admirando as rugas que contam as histórias da minha vida...
Bastar ao meu coração a minha índole, o meu próprio romance.
Escrever linhas de prosas e versos que recitem apenas as minhas conquistas e alegrias, ao invés das decepções com as minhas expectativas vazias...
Olhar ao meu redor procurando ver minha imagem refletida em qualquer canto, ao invés de tentar achar uma história ridícula de sessão-da-tarde...
Aproveitar os momentos sem alimentar esperanças infantis.
Aproveitar as esperanças infantis escrevendo contos-de-fadas.
Escrever contos-de-fadas que guardem para os filhos e netos os sonhos e encantos de ser apenas...
Eu.
Simplesmente EU.
Com todos os defeitos e qualidades que tenho.
Com todos os sonhos e encantos.
Com toda a esperança de ser sempre...
admiravelmente,
Auto-suficiente.