quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Fantasmas são imortais!

Passado. Uma palavra que deveria exprimir algo que ficou para trás. Que aconteceu e teve seu fim já decretado. Algo que deveria ficar aonde deveria estar... no passado! Mas parece que as coisas não funcionam assim. Parece que algumas coisas viram fantasmas ao invés de passado. E esperam a luz do dia se apagar para assombrar. Tal qual uma criança, você aprende a dominar, a conter, mas nunca a excomungar.

Eis que um belo dia você acha que todos os seus medos foram enfim exorcizados. E ao invés de montar guarda junto às janelas da sua alma esperando para se defender de algo que não é exterminado por alhos, crucifixos ou balas de prata, você resolve sair pelas ruas escuras e descobre um meio de viver entre a escuridão. Mas o medo que antes lhe paralisava e agora parece esquecido, este não se acalma. Não sem antes visualizar os restos mortais do seu inimigo. Porém seus inimigos são fantasmas! E fantasmas não têm alma, não têm corpo, não tem restos... Imortais... Fantasmas são imortais! Restos imortais que sussurram às esquinas escuras. E o medo remete os sussurros aos ouvidos em ecos familiares. Ecos do passado. Ecos fantasmagóricos.

Ao final da rua impera um cartaz. Luminoso, imponente, austero. Um cartaz em branco enorme e inspirador. Mas suas letras são escuras e pequenas. Você então resolve caminhar em marcha lenta, fugindo dos sussurros, ignorando os ecos... E transforma o medo em meta. Foca a mente num único objetivo: chegar até o cartaz iluminado. Eis que numa destas noites escuras você enfim alcança seu objetivo. E como numa reação de suplica, se ajoelha aos prantos, cansado, inferiorizado, humilhado, derrotado diante de um cartaz que diz: Fantasmas são imortais!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Degustando primeiras e segundas impressões


Vinhos na mente...
Não há nada como um vinho na mente! Nem cerveja, nem cachaça, nem vodka proporcionam os prazeres e sequelas de um bom vinho!
E tenha certeza: de vinhos as minhas amigas entendem! Só para registrar tomei um da Miolo hoje... levemente frisante... Excepcional! Um Gamay 2006...
Gente, estou tão chique que já posso até falar de uvas e vinhos.... Por exemplo: Cabernet é clássico! Praticamente não há erros quanto a um Cabernet, salvo as variações de vinícula, conservação, etc... Mas, basicamente, servir um Cabernet é acertar em no mínimo 40% dos gostos generalizados.
Claro que estou falando de vinho tinto, que é a minha preferência... Quanto aos vinhos brancos... não faço a mínima idéia! Enfim... Entre os brancos e o tintos, sirva sempre os espumantes que combinam com tudo e agradam à maioria!
Voltando aos tintos, temos o clásico Cabernet Sauvignon...
Outro que os menos íntimos costumam gostar muito é o Merlot. Normalmente é o mais apreciado pelos iniciantes por serem os mais suaves dentre os mais secos (se é que me entendem)... Enfim, eu lembro que gostava do Merlot, mas devo confessar que por influência do filme Sideways (Entre umas e outras) acabei nunca mais provando. De qualquer forma, essa minha posição não é regra. No entanto, se eu tiver outros mais interessantes para experimentar, por que repetir um que já fui tão familiarizada? A idéia é sempre experimentar sabores novos e mais requintados... Quase um diagnóstico, algo como meta de vida para tudo o mais!
Enfim, semana passada me senti o máximo... Um prazer que só a ignorância é capaz de proporcionar: ao pedir um Cabernet Sauvignon da marca Santa Helena (que, por sinal, achei muito bom), o garçon encheu a boca pra falar que eles tinham uma nova uva, o Carmenere... Gente, que chique! Coisa que qualquer Narcisa (imagem da mulher fútil porém orgulhosa de uma imagem vazia) se orgulharia mandando algo como : "Delicioso! Porém, pretendo beber mais que uma taça. E como o vinho tem um sabor soberbo, encorpado, porém marcante demais, prefiro um Cabernet que é menos encorpado porém proporciona um tempo maior de degustação" (Entendam esse meu comentário como algo que se possa sarcastizar. Aliás, esse termo existe?!?! Senão, sarcastizar = modo francinnês de verbalizar o termo sarcasmo).
Kra, pode falar: Eu sou uma pessoa muito pobre de espírito! Mas, como diz a bíblia "Bem aventurados os pobres de espírito!". E como Ele mesmo fez da agua vinho, brindemos aos meus segundos de "sabedoria uvária" (o termo foi proposital, antes que reforcem a ignorância da criatura que vos escreve!).
Enfim... É a mais pura verdade: um Carmenere me pareceu muito mais saboroso que um Cabernet. Mais marcante, encorpado, gustativo... Porém, duas taças foram o limite para que ele passasse de excepcional para o enjoativo. Lógico que ainda experimentarei uma segunda vez pois (anotem essa, todos que me leêm:) NUNCA GUARDO A PRIMEIRA IMPRESSÃO! É fundamental dar uma segunda ou terceira chance antes de fechar em definitivo uma opinião! Até por que, a primeira opinião sempre vem carregada de muita tensão e emoção.
No entanto, estou indóssil para provar um Pinot Noir! Como já me referi aqui, o filme Sideways se refere a esta uva como a mais sublime e refinada de todas. E, palavras de uma das minhas melhores amigas, é, realmente, uma excelente uva! Sendo assim, que tal um Pinot Noir?
Pois então... Eis o efeito de bons vinhos...
Mente fértil, corpo indócil, lábios sedentos, lingua afiada (para a futilidade, sim, porém não há de se negar que se trata de uma imbecilidade criativa), pálpebras pedantes por sono... E sonhos profundos!
Um queijo para quem adivinhar meus sonhos esta noite. Um beijo para quem adivinhar qual era o tema inicial deste post até começar a escrevê-lo!
Enfim, efeitos de bons vinhos...
;)